quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A verdade como o silêncio existe apenas onde não estou

"A verdade como o silêncio existe apenas onde não estou. O silêncio existe por trás das palavras que se animam no meu interior, que se combatem, se destroem e que, nessa luta, abrem rasgões de sangue dentro de mim. Quando penso, o silêncio existe fora daquilo que penso. Quando paro de pensar e me fixo, por exemplo, nas ruínas de uma casa, há vento que agita as pedras abandonadas desse lugar, há vento que traz sons distantes e, então, o silêncio existe nos meus pensamentos. Intocado e intocável. Quando volto aos meus pensamentos, o silêncio regressa a essa casa morta. É também aí, nessa ausência de mim, que existe a verdade."         retirado de "Cemitério de Pianos" de José Luis Peixoto

Traços pretos com manchas amarelas
Guache s/ papel / 14x10cm / vendido

O azul dos lados
Guache s/ papel / 14x10cm / vendido


...corro, o mais depressa que consigo.

não sei
Técnica mista / 42x29cm / pra venda


"o mais depressa que consigo, como se fugisse daquilo que mais me assusta, como se fosse possível fugir daquilo que levo no interior da minha pele e vai comigo para todos os lugares, corro...


o mais depressa que consigo, como se pudesse deixar-me para trás, como se pudesse correr tão depressa que, num momento, me soltasse de mim e me deixasse a mim próprio para trás, como se avançasse para fora do meu corpo e, através da velocidade, me purificasse, corro"
                                                        retirado de  "Cemitério de Pianos" de José Luis Peixoto

Movimento azul
Aguarela s/ papel / 47x33cm / pra venda






domingo, 27 de novembro de 2011

Saudades

"No inverno, quando a gente se põe a olhar para um grão de areia, mal um grãozinho pequenino de areia, somos bem capazes de ver lá o mundo inteiro. Está lá tudo, o campo, os sobreiros, as casas todas da vila. Até lá está o meu amor. Ai, o meu amor."  de "Cal" de José Luis Peixoto

Saudades
Técnica mista / 50x70cm / pra venda



A nossa cara ao espelho

"E um dia a gente já quase que não conhece a nossa cara no espelho no lavatório. É nesse dia, é nessa hora que começa o outono."    de "cal " de José Luis Peixoto

Cara de papel 1
Técnica mista / 30x21cm / pra venda

Cara de papel 2
Técnica mista / 21x29cm / pra venda

Máscara de nariz grande
Acrilico s/ papel / 21x28cm / pra venda

A gente não existe

"Eu sei lá. Às vezes, até me parece que isto tudo, a Olga, a gente, eu, vossemecê, é tudo uma espécie de sonho. Só a aparência. A gente não existe, nada, apenas temos essa ilusão. Por isso, que diferença faz?"
  retirado de "Cal" de José Luis Peixoto

Ilusão
Acrilico s/ papel / 18x25cm / pra venda

Todos juntos
Acrilico s/ tela / 30x24cm / pra venda

Marlena

"A Marlena é uma mulher bonita, um bocadinho gorda e com poucos dentesjá, mas bonita, com um cabelo pintado de loiro e umas saias sempre curtas e justas. Conheço-a porque um dia, quando fiz vinte anos, o meu pai apareceu com ela lá em casa e disse para irmos os dois para o quarto dele. Na cama onde agora  ele está deitado a fazer assim um silêncio e um cheiro esquisito ela ensinou-me a tirar a roupa toda e a pô-la outra vez."      "Assobiar em público" de Jacinto Lucas Pires

Marlena
Técnica mista / 40x52cm / pra venda

Ligaduras sujas

"Há dois dias e duas noites o meu pai, bem, deixou de abrir os olhos e fechá-los e piscar só um com um sorriso assim estranho como se estivesse a partilhar comigo uma coisa qualquer engraçada que não precisava de palavras, por exemplo se passava uma mulher muito gorda lá fora ou se o vento vinha e entortava os guarda-chuvas dos homens de fato e gravata, e deixou de fumar e de calçar e descalçar as botas grossas e deixou também de se levantar da cama e ir pôr-se de pé parado junto à janela a olhar com olhos claros, nunca percebi se azuis se verdes, a estrada, os automóveis, as pessoas, o lixo que voa, bem, deixou de fazer muitas coisas, quase tudo pra dizer a verdade, passou a ficar só deitado no quarto dele, virado para o tecto mas de pálpebras cerradas, um pai magro e nu sobre a colcha já um bocado para o velhota, a fazer só assim um silêncio e um cheiro a intestinos e suor ou não bem isto mas não muito diferente disto."   retirado de "Assobiar em público" de Jacinto Lucas Pires

Ligaduras sujas
Técnica mista / 38x48cm / pra venda

Um mundo melhor

" (...) "Um mundo em que amássemos as pessoas e pronto", diz. "Andávamos nas cidades e dávamos o amor que tinhamos a dar e recebiamos também, tudo o que fosse toque e desejo e coisas anti-morte.(...) Apenas mais direto, mais honesto, mais transparente.(...) Amavas um homem, uma mulher, e misturavas-te com ela, com ele, e vice versa, claro, era isso que era esperado de ti, de todos. Uma sociedade de regras mais humanas e justas - no sentido de mais justas ao corpo. Hã." (...)

O vermelho, o verde, o azul, o amarelo e as outras
Oleo s/ papel / 45x32cm / vendido


(...) "Seriamos multidões todas trocadas, sempre em mutações imprevisíveis, impressionantes, multidões imparáveis atravessando as cidades do mundo com cada vez mais futuro à medida que íamos progredindo. Gente louca talvez, mas quem sabe se louca de felicidade. Feliz de morrer, quem sabe."
                                  retirado de "Assobiar em público" de Jacinto Lucas Pires

Dançando à beira mar
Guache s/ papel / 29x20cm / pra venda

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Debaixo de água

           (...) "A verdade é que passei a vida a fugir, de cidade em
cidade, com um sussurro cortante nos lábios.
            e atravessei cidades e ruas sem nome, estradas, pon-
tes que ligam uma treva a outra treva.
             caminho como sempre caminhei, dentro de mim -
rasgando paisagens, sulcando mares, devorando imagens. (...)"

                                                                   retirado de "Horto de Incêndio" de Al Berto

Debaixo de água
Técnica mista / 54x36cm / pra venda



O inicio do fim

"Esta forma de viver
É das mais tristes do mundo
Porque nasci p´ra morrer
Com um desgosto profundo.

Como a vida é tão injusta
é só trabalho e sofrer.
É por isso que me custa
esta forma de viver.

Se me ponho a meditar,
muitas vezes me confundo.
Esta vida de enganar
é das mais tristes do mundo.

Se jamais eu tiver sorte
ou o azar me vencer,
não terei medo da morte
porque nasci p´ra morrer.

Jamais poderei esquecer
quando encaro a vida a fundo,
que deixarei de viver
com um desgosto profundo.

José Salgueiro

O inicio do fim
Técnica mista / 60x42cm / pra venda

Preso nas cordas

"Por que razão deverá uma pessoa trabalhar? É nesta interrogação oriental que se alicerça a obra de Cossery. O que caracteriza todas as suas personagens é a alegria de não terem ambições. "Toda a minha vida frequentei pessoas a que aqui chamam marginais, mas que, para mim, são os unicos verdadeiros aristocratas. O mundo é uma falsa realidade instaurada pelos ricos desde há milhares de anos. Quando uma pessoa compra um carro, torna-se escrava, declara-se prisioneira. Para mim, que nada tenho, a vida é simples" - Albert Cossery numa entrevista

Preso nas cordas
Técnica mista / 20x29cm / vendido



O alentejo

"O que mais há na terra, é paisagem. Por muito que do resto lhe falte, a paisagem sempre sobrou, abundancia que só por milagre infatigável se explica, porquanto a paisagem é sem dúvida anterior ao homem, e apesar disso, de tanto existir, não se acabou ainda. Será porque constantemente muda: tem épocas no ano em que o chão é verde, outras amarelo, e depois castanho, ou negro. E também vermelho, em lugares, que é cor de barro ou sangue sangrado. Mas isso depende do que no chão se plantou e cultiva, ou ainda não, ou não já, ou do que por simples natureza nasceu, sem mão de gente, e só vem a morrer porque chegou o seu último fim. Não é tal o caso do trigo, que ainda com alguma vida é cortado. Nem do sobreiro, que vivíssimo, embora por sua gravidade o não pareça, se lhe arranca a pele. Aos gritos."
                                         retirado de "Levantado do Chão" de José Saramago

Casa no Alentejo
Aguarela s/ papel / 14x9cm / pra venda

Paisagens Alentejanas
Aguarela s/ papel / 50x36cm / pra venda


"Do chão sabemos que se levantam as searas e as árvores, levantam-se os animais que correm os campos ou voam por cima deles, levantam-se os homens e as suas esperanças. Também do chão pode levantar-se um livro, como uma espiga de trigo ou uma flor brava. Ou uma ave. Ou uma bandeira. Enfim, cá estou eu outra vez a sonhar. Como os homens a quem me dirijo."

O campo de trigo
Oleo s/ papel / 24x30cm / pra venda

A artista de cinema

"Não escrevo romances para contar uma história. A história está lá para que eu possa dizer o que penso, pois sou um escritor e não um romancista. As personagens existem para exprimir as minhas ideias. Normalmente são pessoas que conheci e que pensam como eu sobre o mundo, sobre a vida. Plenos de amor, os meus livros não contam todavia uma história de amor entre um homem e uma mulher; não acredito nessas histórias. É por isso que nunca vou ao cinema..." - extrato duma entrevista de Albert Cossery

A artista de cinema
Técnica mista / 29x18cm / pra venda

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

People are strange

"As pessoas são estranhas quando nós o somos,
feias são as caras quando nos vemos só.
Toda a mulher que nos rejeita nos parece perversa,
as ruas são tortuosas quando estamos em baixo.
Quando nos sentimos estranhos, surgem-nos caras através da chuva,
quando nos sentimos estranhos, ninguém se lembra do nosso nome,
quando nos sentimos estranhos, quando nos sentimos estranhos,

quando nos sentimos estranhos."

Jim Morrison

Metamorfose
Pastel s/ papel / 21x29cm / pra venda

Paranóia
Pastel s/ papel / 29x21cm / pra venda



Quero desaparecer

"Sentia-se cada vez pior. Agora nem a cabeça sustinha de pé. Por isso encostou-a ao chão, devagar. E assim ficou, estendido e bambo, à espera. Tinha-se despedido já de todos. Nada mais lhe restava sobre a terra senão morrer calmo e digno, como outros haviam feito a seu lado. É claro que escusava de sonhar com um enterro bonito, igual a muitos que vira, dentro dum caixão de galões amarelos, acompanhado pelo povo em peso... Isso era só para gente, rica ou pobre. Ele teria apenas uma triste cova no quintal, debaixo da figueira lampa, o cemitério dos cães e dos gatos da casa..." - retirado dos Bichos de Miguel Torga

Quero desaparecer
Técnica mista / 21x29cm / pra venda

Conflito interior

"Existe tudo. Tento assumir permanentemente o erro e a indecisão, a duvida constante. Procuro fazer isso pois também faz com que a visão das coisas possa evoluir. Nesse sentido, o conflito interior é e será sempre essencial." - Bernardo Sassetti

Caos
Técnica mista / 27x18cm / pra venda

Confusão
Técnica mista / 18x26cm / pra venda

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Contemplação

"A foto que eu idealizei foi de uma pessoa em cima de uma falésia, olhando, deslumbrada e pensativa, a grandeza, a força e a maravilha que é o mar." - José Manuel Cabral, falando do que seria a sua fotografia que gostaria de tirar caso pudesse ver.

Contemplação
Técnica mista s/ tela / 41x30cm / pra venda

terça-feira, 22 de novembro de 2011

A arte é igual a tudo

"A arte é igual a tudo. A arte não tem diferença. Eu sei que deve achar muito estranho tudo isto que eu estou a dizer porque eu sou um bocado radical. Mas eu julgo que a arte é a vida, a arte não tem nada de especial... A arte faz-se. Faz-se no dia a dia, faz-se a pôr a mesa, faz-se a cozinhar, ao arrumar. Tudo aquilo que nós fazemos é... devia ser feito de uma forma artistica. Porque é criativa , porque leva imaginação, porque todos os dias é diferente." - Maria João Pires

A àrvore
Técnica mista / 14x21cm / pra venda
Mas o que é isto?
Acrilico s/ papel / 57x38cm / pra venda

"A arte está nos olhos de quem a vê, as histórias dos quadros são aquelas de quem nelas se revê", ou não.

Em queda livre para lá chegares

"Sabes como se atinge a sabedoria?
Não penses, estás a distanciar-te. O pensamento corrompe-te.
Só lá chegarás quando te esqueceres de ti.

O avião em queda livre
Pastel s/ papel / 17x19cm / pra venda

Pinto como uma criança curiosa

"Pinto sem ideias preconcebidas. Pinto cores, imagens, simbolos, sons, paisagens, silêncios, e tudo isto me leva a algum lado, não sei bem onde, à minha infancia, ao meu eu, não sei bem.
É como ir andar prá montanha, vai-se sem ideias, vazio, e no encontro com a beleza com a montanha, sentimo-nos cheios, inspirados, em paz conosco e com os outros. Vai-se vivendo, absorvendo experiencias, vivendo como uma criança curiosa e desperta."

A estrada pró castelo
Pastel s/ papel / 21x14cm / pra venda

Em direção ao Sol
Pastel s/ papel / 28x20cm / pra venda

O castelo
Pastel s/ papel / 14x21cm / pra venda

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Cabeça pesada, cabeça cheia, cabeça grande.

Vai ao rio
                   e larga tudo
                                        deixa tudo ir rio abaixo
                                                                              deixa tudo às mãos do rio,
                                                                                                                          .... e depois.....

senta-te
              encontra uma rocha, que faça bom assento
                                                                                      e aí sentado
                                                                                                                 senta-te
                                                                                                                                 senta-te

.....e deixa-te `tár sentado.

Não faças mais nada,    apenas.........  deixa-te       .............          ......... `tár        sentado.

Cabeça cheia
Pastel s/ papel / 30x21cm / pra venda

Cabeça grande
Aguarela s/ papel / 20x28cm /pra venda

Cabeça pesada
Técnica mista / 21x30cm / pra venda

                                                                                                                       

O silencio

"O silencio,
                    temos que voltar a dar importancia ao silencio,

      ouvindo o que ele ,

                                                       tem para nos dizer."


A arvore
Pastel s/ papel / 14x21cm / pra venda

Borboleta
Guache s/ papel / 20x20cm / pra venda

É homem

"Quer atingir o transcendente,
chegar para além do visivel,
além de tudo o que pode alcançar,
nem mesmo ver ou talvez sentir.
É homem.
É quanto baste para ser imperfeito.
O seu caminho é longo."
O maior
Pastel s/ papel / 20x30cm / pra venda

Queria que me ajudasses a viver
Queria que  entendesses como sou
Queria que soubesses como choro,
                   quando penso na Morte.
Sozinho,     às vezes,      é dificil!!

Só e .....
Pastel s/ papel / 28x20cm / pra venda

Auto retratos

Desenhava caras, olhos, narizes, bocas, orelhas, o principal, colocáva-lhes cores e surpreendia-me com o que saía, era a busca da minha cara, ou melhor, de quem eu era.

"Parto para destino incerto.
Quanto mais longe, mais próximo fico de mim,
fantasma de carne e osso.
Se ao menos soubesse quem sou?"

auto retrato 1
Pastel s/ papel / 20x14cm / pra venda

auto retrato 2
Pastel s/ papel / 14x20cm / pra venda

auto retrato 3
 Pastel s/ papel / 29x20cm / pra venda

auto retrato 4
Pastel s/ papel / 14x20cm / pra venda

auto retrato 5
Pastel s/ papel / 28x20cm / pra venda

auto retrato 6
Pastel s/ papel / 14x20cm / pra venda

Tristeza

Triste
Pastel s/ papel / 21x30cm / pra venda

"Não sou uma pessoa particularmente melancólico. Mas a alegria não é o estado normal do ser humano. A alegria vai e vem. Não é que a maior parte da nossa vida seja triste, a maior parte da nossa vida é cinzenta. A vida não é nada fácil...  -Lloyd Cole


Pontos azuis
Acrilico s/ papel / 18x25cm / pra venda

"Acho que é, de facto, uma procura interior minha, uma procura dos sons e de uma representação de qualquer coisa que tenha a ver com a minha vida, com o meu interior, e isso, no meu entender afasta-se muito do sentido de tristeza."  Bernardo Sassetti

O crente


O crente
Aguarela s/ papel / 21x29cm / pra venda


"Tornou-se crente é isso? Ele assegura que já antes o era. - "Não é uma questão de fé, é uma questão de sentimento. Sinto que uma outra dimensão existe. E sinto isso nas coisas." - Elia Suleiman

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O céu, o sol, as montanhas e o rios.

A montanha colorida
Pastel s/ papel / 17x20cm / pra venda

"My beloved is the Mountains
the solitary wooded valleys
strange islands....silent music"

céu
Pastel s/ papel / 20x13cm / pra venda

"There is nothing to seek and nothing to acquire. We are enlightened, and all the words in the world will not give us what we already have.
The man of  Zen, therefore, is concerned with one thing only, to become aware of what he already is."   from " The wisdom of the Zen Masters"- Irmgard Schloegl


The Sun Prayer of the Sioux Indians
" Great Spirit, whose voice I know in the wind
and whose Breath brings Life to the world,
listen to me.
I enter into Your presence as one of Your many
cildren. I am small and weak, I need Your
strength and wisdom.
Allow me to roam in Beauty and let my eyes forever
see the purple-red sunset.
May my hands honour the things You have created,
and my ears hear Your voice.
Make me wise, so that I can understand
the things You have taught my people, the
knowledge which You have hidden in every
leaf and every rock
I long for strength, not to have power over my
brothers, but to fight against my greatest
enemy, my ego.
Grant that I am always ready to meet You, with
untainted hands and honest eyes, so that my
spirit can come to You without being
ashamed when Life disappears like the setting Sun"

O Sol, o Rio e as Montanhas
 Oleo s/ papel / 26x18cm / pra venda